18 de maio de 2008

O Retorno de Uma Velha Paixão...

Pouco tempo atrás, reencontrei uma velha paixão. Ela tinha ficado emprestada com a minha ex-mulher pós separação e repousava tranquilamente na estante de livros do quarto da minha cunhada. Não, não vou começar um relato louco de amores impossíveis e entrelaçados. Era o meu amado exemplar de Alta Fidelidade, de Nick Hornby.

Começou assim: primeiro eu vi o filme. Foi, ao lado de "Pontes de Madison" um dos meus top 5 (bem estilo Alta Fidelidade) da lista de Filmes românticos que eu na qualidade de homem, consigo ver sem subir a taxa de glicose no sangue. Engana-se quem pensa que homem normalmente não gosta de romance. A gente gosta. Só que preferimos ver sentimento, e não sentimentalidade. Um dia eu volto pra explicar. Mas o fato é que cheguei a pensar que meu livro, que comprei após ter assistido o filme, (e que achei maravilhosamente complementar ao mesmo) estaria perdido pra sempre. Que prazer em reencontrá-lo, vivo, bem, inteiro.

Poucas vezes eu me deparei com essa situação... um livro e um filme sobre esse livro, ao invés de gerar comparações de quem é pior, quem é melhor, me fazem gostar mais e mais um do outro. Seja pelo filme ser uma adaptação honestíssima, com excelentes atuações e uma atmosfera que traduz perfeitamente o climão do livro, e um texto adaptado quase à perfeição... E o livro, que tem todo o caráter de original, obrigatório (até porque se passa em Londres, enquanto o filme se passa em Chicago). Se não ler não tem como saber. Mas em suma, li com prazer em coisa de uma semana, na ida pro trabalho e antes de ir dormir.

E como tinha gravado recentemente uma cópia do filme, e as imagens estavam frescas na mente, foi puro prazer em ler e em lembrar.




Já que estou falando de Top 5, eis a lista dos "Filmes de Romance sem Restrição pra Homens":

1- As Pontes de Madison .
Correto, sem excessos, tristeza na medida certa, felicidade na medida certa, cria questionamentos sem ser questionador, tem Meryl Streep e o meu grande chapa Clint Eastwood prova que pode fazer o que quiser, como quiser, e na hora que quiser. Até um romance, contracenando com a Meryl. O cara é phodda.

2- Alta Fidelidade .
Uma excelente adaptação literária

3-Drácula de Bram Stoker .
Me convençam de que aquilo ali não é uma história de amor e das boas.

4-Hitch .
Apesar de ser pipoca ao extremo, merece entrar na lista porque se salvam algumas pérolas escondidas na roupagem descartável.

5-Despedida em Las Vegas .
Mesmo caso do Drácula. Me convençam que não é uma história de amor. Ah, e a Elisabeth Shue captura tanto a atenção que a gente esquece completamente a cara de panaca do Nicolas Cage.

17 de maio de 2008

Back in Business

Esse está sendo um ano interessante. Quase sem perceber, voltei a ilustrar. Desde ano passado eu já vinha retornando, mas estava pegando o jeito, aprendendo a mexer com o equipamento novo que passei a usar, essas coisas. Só que isso tudo foi sem pretensão ainda, até porque nunca achei meu traço lá muito "comercial". E tava explorando o que dava e o que não dava pra fazer, as ferramentas que eu gostaria mais de usar, etc.

Pouco tempo atrás veio através de um ex colega de faculdade que tinha agitado um freela pra mim séculos atrás e que deu bastante certo na época, um convite pra fazer outro. Eu achei um trabalho que "dava pra mim", fiz os esboços, apresentei pro responsável pelo projeto, com quem tivemos uma reunião, o cara gostou, e pronto... Voltei ao mundo de "desenhar pra fora".

Outra coisa que me fez lembrar das mudanças desse ano é que comecei a meditar. Demorei anos para resolver fazer. Nunca quis seguir doutrinas de outros, passei eras e eras lendo sobre gente que faz isso, cada qual do seu jeito, e tudo mais. Não quis descobrir um santo pra cobrir outro, se é que dá pra me entender. Daí, pouco tempo atrás, achei um método legal, sem nenhuma papagaiada pseudo new-age e comecei a praticar. Ainda estou um pato danado, sei que é difícil, que exige prática, mas mesmo do alto da minha inexperiência, tá sendo legal. Já dá pra sentir diferença. O interessante é que não é uma diferença do tipo "depois que comecei a fazer exercício estou com x quilos a menos"... é algo muito mais sutil. Sinto-a quando eu consigo ficar mais calmo e por mais tempo do que conseguia antes, o que não é grande coisa, porque nunca fui um cara nervosinho... aliás, uma das poucas coisas que me deixam nervoso é gente nervosa. Paradoxal, não? Sinto também às vezes uma certa diminuição da maldita preguiça que sempre me assolou... isso está sendo bom pacas. Não que ela tenha sido removida de todo, mas tenho conseguido me mover em direção às coisas que tem que ser feitas (pelo menos as que tenho mais vontade de fazer) com mais facilidade que antes. É engraçado. Tá exigindo bem menos esforço.

E, de uns tempos pra cá também, resolvi parar de reclamar que não conheço quase ninguém do lado de cá da poça, e comecei a procurar amizades por aqui. Deixo registrado que meu sonho de consumo é ter um grupo de pessoas que morem perto ou sejam acessíveis o suficiente para poder tomar um chopp num bar perto de onde moro. Sim, porque acho um pecado ter um monte de barzinho legal em volta de onde eu moro, todos a uma caminhada de distância, e não ter uma turma com disposição pra molhar a palavra de vez em quando.

Não é que eu não conheça ninguém aqui. Mas sinceramente, as amizades daqui de quem eu gostava mais, eram 2 casais da época que eu era casado, e que parecem que gostavam mais de mim naquela época também. Depois que voltei ao clube dos solteiros, provavelmente fiquei proscrito pra eles. Eles até são bem-intencionados, não deixam de mandar emails, e tudo. Uma vez ou outra até acenam com a possibilidade de marcar um chopp, só que demoram mais de 1 ano pra marcar um, e quando marcam é um fim-de-semana em que eu estou viajando. Sem contar os milhares de chopps cancelados por causa de casamentos ou festas de aniversário de criança. Esses eu prefiro nem lembrar. Dramático. Portanto, por mais que eu os ache pessoas legais, digamos que eu me dei conta que tem gente que não faz a menor questão de estar com a gente. Quando a gente quer a gente procura, certo? Ou pelo menos tenta. Então, eu quero eu vou procurar.

Me inscrevi numa comunidade de gente daqui. Estou aparecendo aos poucos. Já soube que eles marcam um chopp costumeiro, quando eu tiver mais visibilidade vou aparecer por lá. Por enquanto é isso.

8 de maio de 2008

Like in a Gipsy Wedding


Hoje eu quero falar do Fanfare. Graças ao meu nobre colega Richard "Scribbled", que gosta de ouvir e assistir coisas tão diferentes e loucas quanto eu, só que as coisas diferentes e loucas que ele gosta são totalmente diferentes das minhas, só são igualmente loucas. No decorrer do ano fui apresentado a essa banda, acabei baixando umas músicas deles, observando com atenção, assisti até o documentário. E eu falo com propriedade: os caras são uma banda mesmo. Não banda do tipo banda de rock não. Os caras são uma banda de metais mesmo, daquelas com trumpetes tubas, trombones, e tudo mais que um bom casamento cigano tem direito.

Como assim, perguntaria um desavisado qualquer. O que tem a ver casamento cigano com isso? Bom é o seguinte. Fanfare Ciocărlia é uma banda cigana da Romênia. Na verdade, são uma banda de uma aldeia cigana ( Zece Prăjini, cerca de 400 habitantes, pra ser mais exato) escondida na Romênia. Os caras foram descobertos por um produtor alemão (que virou empresário e projetou a banda daí pra diante), no meio do nada, nesse vilarejo esquecido num canto do nordeste da Romênia que nem no mapa está listado. Pra descer na aldeia você tem que SABER onde é, porque nem placa tem. A impressão que dá é que o trem passa, desacelera e mal pára. Você teria que pular dele em movimento pra chegar lá.

Bom, encerrado o momento wikipédia, a questão é que o som dos caras é contagiante. Tem aquela coisa incerta de música misturada, lembra um pouco música árabe, mas os caras acabam dando umas tintas pop, por conta de umas versões que fazem (com a leitura deles, é bom adiantar) de músicas bem conhecidas do povo do lado de cá, como o tema do 007, por exemplo.

De qualquer forma, nem vou botar link pra vídeo deles aqui nem nada. Se quiser vá lá no Youtube e fuça. A surpresa vai ser até maior.

Recomendo: "Iag Bari" "Dusty Road" e "Asphalt Tango", valendo a pena também dar uma olhada nas versões hilárias e quase irreconhecíveis que eles fizeram pro tema do 007 e pra "Born to be Wild"

Se alguém se habilitar, depois volta e me conta!

5 de maio de 2008

Ódio no sopé de Big Horse Hill

Vou ser curto e grosso. Se possível fosse, como uma calibre .12 com o cano serrado... mas como não é, só curto e grosso mesmo. Depois de um ano, um namoro começado e terminado e não problematizado ao extremo, eis que a morta-viva mais insistente do país volta a fazer o que sabe fazer melhor... Voltar da tumba pra encher o meu saco.

Eu sei que a morta-viva tinha essa coisa com datas e recordações, já era assim no período em que estive sob a maldita influência de sua pessoa. Mas passou o ano passado, cada vez menos eu tinha notícias, a minha política de não atender telefones e desligar na cara vinha funcionando bem. Eu já me sentia tranquilo o suficiente e lá por por setembro eu iniciei um relacionamento com uma moça legal. Um namoro normal, tranquilo, leve e por ser a distância, com todo o cuidado de não criarem-se estresses desnecessários. E a coisa tava indo bem à beça. Tudo parecia correr bem. A mão maldita não estava aparecendo na terra da cova, e me permiti esquecer um pouco do assunto.

Mas eu não sabia que o bicho dos infernos mantinha uma vigilância atenta. Se milagrosamente ela estava respeitando o fato de eu estar envolvido com outra pessoa, não deixava de acompanhar a novela, fazendo visitas a perfis de orkut e coisas do tipo. Mas ainda assim, eu curtia minha paz. Bem, vira o ano, chega o mês de março e como muitos relacionamentos, houve um momento em que se repensou e resolvemos terminar, eu e a moça legal. Como era uma relação normal, e respeitosa, apesar de logicamente, nenhum término é 100%, pelo menos consegui fazer com que fosse algo o menos sofrido possível. E continuamos amigos, apesar do espaço óbvio que tem que ser dado pra que se curta o luto de cada um. Mas independente disso, continuou ela sendo alguém que tenho em alta conta, de verdade.

Mas bastou passar um pouco de tempo, chegou abril, chegou a época em que fazia 1 ano que eu cortei a cabeça da Hidra, e eis que o fedor que vem dos lados do pântano anuncia sua volta. Eis que pinta um telefonema, e eis que eu me pego sentindo coisas como desprezo, uma profunda insatisfação com o quanto às vezes o universo é injusto em não punir gente que faz o que ela faz, e uma grande sensação de perda de tempo. É triste pensar que alguém consegue perder um ano da sua vida dedicada a uma obsessão, uma doença. É mais chato ainda pensar que eu é que sou objeto dessa obsessão idiota e que não dá sinais de diminuir, ao contrário do que eu pensava.

E o pior de tudo, me causa um repúdio monstruoso saber que essa pessoa tão suja, tão pequena, é capaz de me atingir muito mais incomodando às pessoas de quem eu gosto, meus amigos, amores, parentes... Pessoas que não têm nada a ver com a merda que eu um dia fui fazer ao me envolver com ela. E que hoje são incomodadas e correm o risco de serem ofendidas por esse monstro que eu trouxe a essa realidade.

No fim, me resta perguntar apenas, alguém tem uma carreta de 24 rodas pra me emprestar? Devolvo logo, só que um pouco suja... mas nada que um lava jato e um pouco de água benta não limpe.

Pintando o Sete, e a saga vai chegando ao fim...

Na última vez em que pisei nesse beco, prometi que iria terminar a história da pintura do cafofo, e hoje, já de cafofo pintado, venho pra cumprir esse compromisso, mesmo que ninguém mais queira saber (ou se lembre) do que é que eu estou falando.

Bom, pra resumir o treco todo, foi feita a obra de reparo no apê, e quando eu contei pra D. Lesma que iria descontar a mulher começou a chiar. Acho que já disse isso antes, mas eu pago muito barato e ela me dá muita moleza no aluguel do apê, então tive que usar e abusar da minha diplomacia canina, pra não ficar sem teto de vez. Tive que abanar o rabinho e rolar no chão mesmo quando minha vontade era de voar no pescoço da desgraçada. Mas já andaram dizendo por aí que a verdadeira sabedoria é pensar numa coisa bem idiota pra se dizer e não dizê-la, foi exatamente o que eu fiz. Refreei meus instintos primitivos e fiz o famoso olhar de cachorro sem dono.

Chorei minhas pitangas de sempre, reclamei da minha falta de dinheiro constante, e disse pra ela que poderia descontar os valores em suaves prestações mensais para que o desconto não causasse um desfalque muito grande no aluguel que pinga lá pra ela todo mês. Não é que a danada aceitou? Pois é. Foi só eu fazer cara de cachorrinho bonitinho que ela se abriu que nem um pàra-quedas. Não é lindo? Consegue-se o que quer e nem precisa-se arreganhar os dentes... (Bom, talvez um pouco, mas pra rir, né?)

Daí, esperei passar o mês, marquei com o pintor e pronto. No mês depois ele veio, fez a pintura e o cafofo ficou biíto. Não vou passar meu tempo aqui dizendo o quanto ficou sujo, bagunçado, virado de pernas pro ar, até por que isso aqui é casa de solteiro, então isso tudo que eu falei aí é o estado normal das coisas... (Pô fora de brincadeira... agora falando sério... Já ouvi tantas histórias sobre casa de solteiro que me recuso a acreditar que a minha seja tão ruim assim...)

E segue a vida. Agora, espero o momento do ajuste final: Chamar D. Lesma pra vir ver a pintura.
Não sei porque, mas estou um pouco apreensivo. Vai que ela bota algum defeito... Ou não vai com a cara da cor que eu pus na parede... Foi mais ou menos essa aqui... :◙◙◙. Um laranja com bastsante branco. Ficou um bege meio amarelado, sei lá. Na lata tava escrito "mel" mas eu achei um nome muito "designer de interiores pra não dizer decorador"... Fresco demais. Preferi chamar de bege mesmo e pronto. O importante é que ficou legal. Não ficou escuro demais e fez um bom contraste com o teto branco.

É isso. Voltamos no próximo capítulo.