27 de abril de 2007
O mundo lá fora anda muito feio - Parte I....
É sempre estranho voltar a postar depois de um período mais longo. Dá uma sensação de ter de pedir desculpa, uma coisa de ficar sem-graça de estar voltando depois de muito tempo fora, mas quando esse momento chega, e é agora, pra esse vira-lata que vos fala, eu apenas digo: dane-se.
Voltei mesmo. Como posso me dar ao luxo de não ter lá muitos leitores (se tiver mais um ou dois além de mim já é muito), não tenho que fazer sala pra ninguém. É isso aí... O velho VL voltou e está mordido. Passei um tempo no mundo cão, procurando sarna pra me coçar... e encontrei. De fato, encontrei mais que isso. Encontrei sarna, pulga, piolho, carrapato, e uma maluca que quis arrumar uns filhotes comigo à força.
Eu poderia dizer que corri disso, que comigo isso não acontece, que eu sou foda, mas vou dizer uma coisa... Nada é mais decepcionante que ser posto na berlinda, correndo atrás do próprio rabo, pra no fim das contas, descobrir que a cachorra é louca. Louca, não... Já tive cachorras loucas na minha vida, mas sempre foram do tipo que sabiam que eram loucas. Chegava a ser divertido ver as criaturas uivando pra lua em dia de sol, porque eu sabia que a cachorra louca que sabe que é louca, quase se desculpa pela sua loucura. Traz em si até um certo ingrediente de uma triste doçura. Sejamos justos, ela não consegue começar uma matilha, isso é fato. Mas pelo menos tem a consciência do seu estado e se dispõe a ser levada pela sociedade protetora dos animais de quando em vez.
Agora, a louca de verdade... ah, companheiros... essas são as perigosas de verdade. Debaixo daquele olhar de Lassie, por trás daquela pelagem cheirosa, se esconde a verdadeira ruína. Ela se empenha em parecer a escolha certa da Pet Shop... Se esforça ao máximo para demonstrar toda uma destreza em todas as funções, não dá um escorregão. Adestramento nota dez.
Mas chega o dia em que ela começa a pressionar de um lado... Outro dia você pega um olhar meio estranho que escapa aqui ou uma opinião meio discrepante ali... Um comentário bastante velado de um ou outro amigo mais próximo... Uma reação mais desmedida... E aquele velho arrepio nos pêlos do pescoço aparece. Aquela inquietação, a gente abaixa a cabeça e começa a farejar uma saída. É indiscutível... Dispara o alarme da autopreservação. É hora de dar nas patas.
Mas é aí que começa realmente o problema... Vai tentar privar a Crazy Bitch da sua "nova razão de viver"... Choro, ranger de dentes, mentiras, o anúncio de uma ninhada falsa...
Bem, nada mais posso dizer que sempre vi isso acontecer por aí afora, mas achei que estivesse meio fora de moda, que já não fizessem tanto isso. Aí vai e acontece comigo. Bem, nem sei como eu escapei... se eu não fosse um sobrevivente casca grossa de marca maior, podia estar numa pior hoje.
Mas deixa eu quieto aqui no meu canto. O susto foi grande, mas o mundo gira (e a Lusitana roda). Vou ser mais visto por aqui de agora em diante...
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