Desde sempre eu afirmei que o vira-latas é um sobrevivente. Que é uma criatura que já veio ao mundo num contexto desconfortável, onde a luta diária é muito mais acirrada. Desde sempre eu afirmei que apenas quando consegue crescer e se desenvolver nesse contexto que também é desfavorável, o vira-latas pode se permitir ao prazer de ter escapado uma ou outra vez de situações vexatórias, perigosas ou complicadas.
Hoje o Vira-Latas escapou mais uma vez... Estava esse humilde canino que vos escreve na sua condução diária, voltando pro meu beco do outro lado da poça. Presidente Vargas, um pouco antes da Central, sentido Leopoldina. Estava olhando as mensagens no celular e o ônibus se aproximou do canteiro mais central da avenida.
Não sei o que foi mais rápido... o espírito ruim do cara que tentou roubar meu aparelho metendo a mão pela janela, ou o milésimo de segundo em que consegui sentir a aproximação do malandro pela lateral do ônibus. Um flash de pensamento passou pela minha mente, algo do tipo... "não acredito que esse palhaço vai tentar roubar meu celular"... e eu vi quase que como em câmera lenta, aquela mão entrando pela janela... e antes disso, a minha mão apertando o aparelho com mais força, evitando assim que ele conseguisse tirar o celular....
A moça do banco de trás percebeu e me perguntou, eu disse que o cara tentou. Ainda deu tempo de fazer o melhor... coloquei a cara pra fora da janela, e vi o malandro já mais pra trás no calçadão, e ele olhou pra trás. Não pensei duas vezes: meti o dedão pra fora e mandei-lhe um belo "fuck you". O povo do ônibus comentava, ouvi uns "bem feito, não conseguiu" "que absurdo" "cadê polícia" e por aí vai . Comentei com o motorista (eu estava bem no início do carro) que minha vontade era ter prendido o braço do meliante, e fazer ele dar um passeio de buzum. Até Niterói...
Mas não. Baixou a calma, me senti tão bem de ter mandado ele digamos, graficamente se fuder - e de claro, não ter perdido meu celular pra um ladrãozinho mané-, que valeu a pena deixar aqui o registro. Salve Jorge... até nisso ele me defende!
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