Dia desses baixei um CD inteiro do Bezerra. Depois vou baixar mais. Não creio que alguém deva ficar espantados com minha falta de sofisticação, com meu não-eruditismo. Nadei em um mar de sofisticações e fiquei literalmente enjoado. Misé-en-cenes, Salamaleques, Notas Jazzísticas, Cheiro de Charuto, Viagens à Europa. Tudo isso embalado em um papel reluzente, e ao mesmo tempo efêmero e rasgadiço.
Fiquei puto. Resolvi olhar para frases simples. Resolvi estudar a falta de sofisticação. Procurei, procurei, procurei, vi coisas ruins do lado de cá também. Descobri que não é o ruim, exatamente que incomoda, nem o considerado bom demais. Ruim ou bom, o que me enche o saco é o fora de hora. Tem hora de música clássica? Tem. Agora, tem hora pra Bezerra da Silva também. E como tem.
Sempre ouvi dizer que gente que viaja muito aprende mais, tem mais cultura, etecéteras e tais. Olha, testemunhei, conheci pessoas e descobri: Se o nosso organismo não estiver preparado para consumir o que uma experiência dessas tiver pra oferecer, não adianta. É como pagar muitos milhares de euros pra comer as mais finas iguarias, e no final, tudo vai virar bosta.
Fodam-se suas viagens pra Europa. Foda-se o chocolate belga. Foda-se esse ar perdido de quem está nos trópicos por acaso. Foda-se esse ranço de aristocracia pra lá de demodé. Um dia, me disseram que o vira-latas é o cão mais resistente, por conta da seleção natural. Descobri que sou vira-latas. Descobri que sou resistente, descobri que sou adaptável. Descobri que dou conta do recado.
Um dia isso será levado em conta.
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