25 de fevereiro de 2008

Plantão Vira-Latas Informa.

Ontem terminou a obra de reparo do apê. Agora é correr atrás de preço de tinta e materiais associados para fazer a pintura. Ainda estou devendo o próximo capítulo da novela. Em breve, crianças... em breve.

(Quanto será a prestação de uma casinha-de-cachorro própria?)

20 de fevereiro de 2008

Que Manchetezinha mais FDP!


declaro para os devidos fins que estou surpreso. Tudo bem que o Extra é um sub-jornal, o primeiro aqui no RJ a pegar a onda dos "jornais de pobre", aquele fenômeno que trouxe uma linguagem mais fácil para as páginas dos jornais, não para atingir mais pessoas, mas sim porque o povão está ficando mais burro mesmo.

Mas em matéria de filhadaputagem, sarcasmo e trocadilho infame, eu confesso que nem eu pensei em fazer a correlação. Só faltou uma caricatura do bom velhinho Fidel gorfando... Essa eu não perdoarei jamais!

Enquanto isso, não vejo a hora de abrirem as porteiras lá em Cubanacan, o país com o maior índice de prostitutas com diploma de nível superior do planeta (apesar de que se a taxa daqui continuar subindo, o Rio de Janeiro em breve vai estar ameaçando essa posição... e viva as mocinhas da PUC, Estácio e Veiga de Almeida).

18 de fevereiro de 2008

Dois Focinhos... a nova novela das 8... Parte Dois.

Convencido de que jamais encontraria um apê pelo mesmo preço, no mesmo bairro, sem contrato com imobiliária, sem fiador e pagando duzentas pratas abaixo do preço de mercado, nosso herói resolve partir pra estratégia de guerra.

Sim, estratégia de guerra. Isso porque depois de um mês de dezembro com movimento fraco na firma, o din din do início de janeiro não deu nem pro cheiro. Contas de luz alta, de telefone surreal, cartão de crédito sobrecarregado, tudo parecia conspirar para a falência. E D. Lesma me exige obra no apê. O-bra. É, porque se não ficou bem explicado, o apê sofre um problema crônico de infiltração. Isso porque o Sr. Enrolado (o síndico, lembram?) tenta resolver esse problema há anos, mas sempre chama os mesmos pés-rapados pra consertar sempre no mesmo lugar e nunca dá certo.

Daí que o VL que vos escreve tem que fazer jus a seu codinome. Claro, pois se minha vida fosse fácil eu não seria o Vira-Latas que todos amam, e sim um Poodle, um Yorkshire ou um Cocker Spaniel... Vira-Latas que é Vira-Latas mesmo tem que ter dificuldade, senão nem tem graça. Passo o mês todo economizando, não gastando, evitando ao máximo qualquer gasto pra diminuir o impacto no mês seguinte. Carnaval? Esquece. Viajar? Nem pensar. Almoço? Marmita todo dia pra não gastar comendo na rua. E tome de dieta de miojo com sardinha em lata. Tá bom, não é tão ruim, eu sei fazer outras coisas que não são miojo, um arroz competente até sai, uma carne à chinesa vez ou outra... Mas convenhamos. Quando se chega tarde do trabalho, sem saco nenhum de fazer estripulias gastronômicas, os míseros 3 minutos de preparo descritos naquela embalagem são uma sedução e tanto.

Segue o mês, o VL começa a correr preço. Tenta ligar pro cara que fez o último trabalho de pintura, e adivinhem... Já tem tanto tempo que o telefone do sujeito mudou. Aí começa o networking de pobre. E tome de perguntar pra vizinhos se conhecem alguém, etecétera e tal. Numa ida à loja de ferragens, resolvo perguntar se o dono da loja tem um contato. Por acaso no balcão tinha um maluco que era pintor, aceita dar uma passada no apê pra orçar o serviço. Concluo que o cara deve estar acostumado a trabalhar pra elite, pelo preço que ele me cobra. Mas fico na encolha porque pelo menos ele teve a boa vontade de olhar o apê todo e dar dicas de coisas que precisavam ser feitas que eu nem sabia. E ainda me dá a listagem de todo o material necessário, o que vai quebrar um galhão na hora de orçar. E é nessa visita do prestativo porém careiro que me vêm a idéia que pode salvar meu pêlo, e meu bolso também:

Lembro-me que D.Lesma fez TANTA questão da pintura, que esqueceu de avaliar o quanto o apê estava comprometido pela infiltração. Lembrei que ela fez TANTA questão da pintura e de que eu pagasse por ela, que nem tocou no assunto de precisar-se fazer algum conserto no apê. Aí que o amigo aqui teve o insight de simplesmente fazer o reparo e a pintura em separado, mas subfaturar a pintura e superfaturar o reparo. A pintura, o VL paga... mas o reparo, ah... o reparo, a Sra. vai me desculpar D. Lesma, mas essa trolha quem vai agasalhar é vossa senhoria!

Na semana seguinte, vieram mais 2 pedreiros, aí eu já estava preparado pra dividir o serviço em 2 etapas. Orçamos o reparo e a pintura em separado. Meu chefe falou que se o cara que fosse fazer o serviço fosse peão demais ele arrumava um jeito de produzir uma nota assinada pelo servente lá do prédio dele. Aí eu ficaria calçado e com comprovante. Pedi pra me orçarem o valor do reparo, 100% de reparo, deixando o apê prontíssimo pra vir só com tinta depois. De forma que até eu que nunca pintei um apê pudesse fazer o serviço, se necessário.

O segundo cara orçou um preço bom e tinha disponibilidade de fazer no final de semana, aí fechei com ele. Vantagens foram que o cara é bem recomendado, mora perto, e não cobrou acima do que eu esperava pagar. Marquei pro final de semana depois do carnaval. No sábado, o cara chegou e demos início aos trabalhos.



No próximo capítulo, o andamento da obra, e os planos maquiavélicos pra não gastar quase din din nenhum...

16 de fevereiro de 2008

Dois Focinhos... a nova novela das 8... Parte Um.




Como eu prometi, explicarei a novela do apê. Será necessário, porque houveram reviravoltas na trama. O VL é duro na queda, não se dá por vencido e acaba inventando um jeito de fugir da carrocinha. Pra que a história toda fique bem clara, vou ter que começar explicando:

Onde:
Apartamento do VL

Quando:

Início de 2008

Quem:

• VL, o ilustre morador que vos fala...
• D. Lesma, proprietária e "bruxa do 71" de plantão.
• Participação especial de Seu Enrolado, o síndico.

Como e Porquê:
Ah, agora é que a coisa fica boa. Estava o VL na paz de seu lar quando um belo dia aparece D. Lesma pra fazer uma visita. Soube ela que andaram sendo feitas obras no prédio, devido a um problema de infiltração e que há anos não era resolvido, por conta da teimosia do síndico, o Sr. Enrolado, que insistia em chamar pedreiros meia-boca pra fazer paliativos no telhado que de nada adiantavam. No dia da visita de D. Lesma, o VL que vos fala fez um tour com ela pelo cafofo pra poder mostrar todos os problemas acarretados pela maldita infiltração. Participei a ela da minha esperança de que o último conserto tivesse dado resultado, pois só assim valeria a pena finalmente reparar o cafofo e pintar depois. Aparentemente tudo tinha ficado entendido.

Semanas depois... (como nas novelas do Man-uergh Carlos)

Um belo dia sou interrompido ao celular no meio de uma reunião de trabalho, na qual acabei esquecendo o celular ligado ... um a zero pro Murphy. Aviso que estou no trabalho e peço à criatura pra que me retorne à noite (tenho certeza absoluta que era exatamente naquele periodozinho simpático do mês, conhecido por uma abreviatura de 3 letras), enfim, chega a noite, toca o telefone e D. Lesma já chega atropelando, querendo porque querendo que eu pintasse o apê. Eu falo da infiltração, da época das chuvas, de ter que esperar pra ver se o último conserto foi efetivo, e coisa e tal. Mas a mulher está possuída, irredutível, dá um siricotico e me EXIGE o apê pintado em um mês. Eu argumento, tento trazer a conversa à luz da razão, do prejuízo financeiro de se pintar um local infiltrado, etecétera e etecétera. Quando a minha paciência chega na reserva, eu utilizo do último esforço consciente e em vez de ignorância prefiro usar de ironia, e a chamo metafórica e figuradamente de burra umas 5 vezes mas é evidente que o intelecto dela não consegue perceber nenhuma das vezes. O que não faz diferença, porque nessa altura eu já estava com o modo foda-se no ON.

Desliguei o telefone puto, mais com a burrice alheia do que com a grana ingastável naquele momento que eu teria que gastar, mas racional que sou, levantei as características do problema e pus as engrenagens pra funcionar. Em primeiro lugar, eu não podia deixar D. Lesma muito infeliz, pois o fato de ela morar em outra cidade e ser uma lesma é o que me permitiu viver no apê por bastante tempo sem pentelhações. E o que é mais importante, pagando um aluguel pelo menos duzentas pratas abaixo do preço de mercado. Isso é o que eu tinha que preservar a priori, e bater de frente com D. Lesma nesse momento poderia colocar isso em risco.

Com as engrenagens à toda comecei a traçar uma estratégia pra fazer o necessário e sobreviver nessa guerra. No próximo capítulo, os preparativos, a diplomacia e o começo dos trabalhos.