16 de fevereiro de 2008

Dois Focinhos... a nova novela das 8... Parte Um.




Como eu prometi, explicarei a novela do apê. Será necessário, porque houveram reviravoltas na trama. O VL é duro na queda, não se dá por vencido e acaba inventando um jeito de fugir da carrocinha. Pra que a história toda fique bem clara, vou ter que começar explicando:

Onde:
Apartamento do VL

Quando:

Início de 2008

Quem:

• VL, o ilustre morador que vos fala...
• D. Lesma, proprietária e "bruxa do 71" de plantão.
• Participação especial de Seu Enrolado, o síndico.

Como e Porquê:
Ah, agora é que a coisa fica boa. Estava o VL na paz de seu lar quando um belo dia aparece D. Lesma pra fazer uma visita. Soube ela que andaram sendo feitas obras no prédio, devido a um problema de infiltração e que há anos não era resolvido, por conta da teimosia do síndico, o Sr. Enrolado, que insistia em chamar pedreiros meia-boca pra fazer paliativos no telhado que de nada adiantavam. No dia da visita de D. Lesma, o VL que vos fala fez um tour com ela pelo cafofo pra poder mostrar todos os problemas acarretados pela maldita infiltração. Participei a ela da minha esperança de que o último conserto tivesse dado resultado, pois só assim valeria a pena finalmente reparar o cafofo e pintar depois. Aparentemente tudo tinha ficado entendido.

Semanas depois... (como nas novelas do Man-uergh Carlos)

Um belo dia sou interrompido ao celular no meio de uma reunião de trabalho, na qual acabei esquecendo o celular ligado ... um a zero pro Murphy. Aviso que estou no trabalho e peço à criatura pra que me retorne à noite (tenho certeza absoluta que era exatamente naquele periodozinho simpático do mês, conhecido por uma abreviatura de 3 letras), enfim, chega a noite, toca o telefone e D. Lesma já chega atropelando, querendo porque querendo que eu pintasse o apê. Eu falo da infiltração, da época das chuvas, de ter que esperar pra ver se o último conserto foi efetivo, e coisa e tal. Mas a mulher está possuída, irredutível, dá um siricotico e me EXIGE o apê pintado em um mês. Eu argumento, tento trazer a conversa à luz da razão, do prejuízo financeiro de se pintar um local infiltrado, etecétera e etecétera. Quando a minha paciência chega na reserva, eu utilizo do último esforço consciente e em vez de ignorância prefiro usar de ironia, e a chamo metafórica e figuradamente de burra umas 5 vezes mas é evidente que o intelecto dela não consegue perceber nenhuma das vezes. O que não faz diferença, porque nessa altura eu já estava com o modo foda-se no ON.

Desliguei o telefone puto, mais com a burrice alheia do que com a grana ingastável naquele momento que eu teria que gastar, mas racional que sou, levantei as características do problema e pus as engrenagens pra funcionar. Em primeiro lugar, eu não podia deixar D. Lesma muito infeliz, pois o fato de ela morar em outra cidade e ser uma lesma é o que me permitiu viver no apê por bastante tempo sem pentelhações. E o que é mais importante, pagando um aluguel pelo menos duzentas pratas abaixo do preço de mercado. Isso é o que eu tinha que preservar a priori, e bater de frente com D. Lesma nesse momento poderia colocar isso em risco.

Com as engrenagens à toda comecei a traçar uma estratégia pra fazer o necessário e sobreviver nessa guerra. No próximo capítulo, os preparativos, a diplomacia e o começo dos trabalhos.

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