18 de fevereiro de 2008

Dois Focinhos... a nova novela das 8... Parte Dois.

Convencido de que jamais encontraria um apê pelo mesmo preço, no mesmo bairro, sem contrato com imobiliária, sem fiador e pagando duzentas pratas abaixo do preço de mercado, nosso herói resolve partir pra estratégia de guerra.

Sim, estratégia de guerra. Isso porque depois de um mês de dezembro com movimento fraco na firma, o din din do início de janeiro não deu nem pro cheiro. Contas de luz alta, de telefone surreal, cartão de crédito sobrecarregado, tudo parecia conspirar para a falência. E D. Lesma me exige obra no apê. O-bra. É, porque se não ficou bem explicado, o apê sofre um problema crônico de infiltração. Isso porque o Sr. Enrolado (o síndico, lembram?) tenta resolver esse problema há anos, mas sempre chama os mesmos pés-rapados pra consertar sempre no mesmo lugar e nunca dá certo.

Daí que o VL que vos escreve tem que fazer jus a seu codinome. Claro, pois se minha vida fosse fácil eu não seria o Vira-Latas que todos amam, e sim um Poodle, um Yorkshire ou um Cocker Spaniel... Vira-Latas que é Vira-Latas mesmo tem que ter dificuldade, senão nem tem graça. Passo o mês todo economizando, não gastando, evitando ao máximo qualquer gasto pra diminuir o impacto no mês seguinte. Carnaval? Esquece. Viajar? Nem pensar. Almoço? Marmita todo dia pra não gastar comendo na rua. E tome de dieta de miojo com sardinha em lata. Tá bom, não é tão ruim, eu sei fazer outras coisas que não são miojo, um arroz competente até sai, uma carne à chinesa vez ou outra... Mas convenhamos. Quando se chega tarde do trabalho, sem saco nenhum de fazer estripulias gastronômicas, os míseros 3 minutos de preparo descritos naquela embalagem são uma sedução e tanto.

Segue o mês, o VL começa a correr preço. Tenta ligar pro cara que fez o último trabalho de pintura, e adivinhem... Já tem tanto tempo que o telefone do sujeito mudou. Aí começa o networking de pobre. E tome de perguntar pra vizinhos se conhecem alguém, etecétera e tal. Numa ida à loja de ferragens, resolvo perguntar se o dono da loja tem um contato. Por acaso no balcão tinha um maluco que era pintor, aceita dar uma passada no apê pra orçar o serviço. Concluo que o cara deve estar acostumado a trabalhar pra elite, pelo preço que ele me cobra. Mas fico na encolha porque pelo menos ele teve a boa vontade de olhar o apê todo e dar dicas de coisas que precisavam ser feitas que eu nem sabia. E ainda me dá a listagem de todo o material necessário, o que vai quebrar um galhão na hora de orçar. E é nessa visita do prestativo porém careiro que me vêm a idéia que pode salvar meu pêlo, e meu bolso também:

Lembro-me que D.Lesma fez TANTA questão da pintura, que esqueceu de avaliar o quanto o apê estava comprometido pela infiltração. Lembrei que ela fez TANTA questão da pintura e de que eu pagasse por ela, que nem tocou no assunto de precisar-se fazer algum conserto no apê. Aí que o amigo aqui teve o insight de simplesmente fazer o reparo e a pintura em separado, mas subfaturar a pintura e superfaturar o reparo. A pintura, o VL paga... mas o reparo, ah... o reparo, a Sra. vai me desculpar D. Lesma, mas essa trolha quem vai agasalhar é vossa senhoria!

Na semana seguinte, vieram mais 2 pedreiros, aí eu já estava preparado pra dividir o serviço em 2 etapas. Orçamos o reparo e a pintura em separado. Meu chefe falou que se o cara que fosse fazer o serviço fosse peão demais ele arrumava um jeito de produzir uma nota assinada pelo servente lá do prédio dele. Aí eu ficaria calçado e com comprovante. Pedi pra me orçarem o valor do reparo, 100% de reparo, deixando o apê prontíssimo pra vir só com tinta depois. De forma que até eu que nunca pintei um apê pudesse fazer o serviço, se necessário.

O segundo cara orçou um preço bom e tinha disponibilidade de fazer no final de semana, aí fechei com ele. Vantagens foram que o cara é bem recomendado, mora perto, e não cobrou acima do que eu esperava pagar. Marquei pro final de semana depois do carnaval. No sábado, o cara chegou e demos início aos trabalhos.



No próximo capítulo, o andamento da obra, e os planos maquiavélicos pra não gastar quase din din nenhum...

6 comentários:

Jackie Götzen disse...

Tá de sacanagem que D.Lesma ainda existe???

Genteim, manda ela pra França...não é lá que comem lesma?

Mas meu deus!!!

Oh..acho que vc deveria deixar de ser VL. E ser que nem a gata dos Saltimbacos, que era cheia de mimos e detefon, filé mion e largou tudo pra viver na rua feliz!!! Pelo menos não tem D. Lesma!!!!

Ah...amei o Australi- ANA! kkkkk

Poxa, eu não tenho o link de ninguém, não sei colocar, diz que se eu mudar a configuração posso perder tudo!!!! Tenho medooooooo!!!!

Aí pra ver o blogs...tenho que ir nos commments e lincar de lá!!

Príapo disse...

Oi Jackie.

A D. Lesma não vai arrumar um francês que a coma tão cedo. Se bem que tá mais pra tão tarde, pq se não arrumou até hoje...

Quanto aos links, é mole de colocar. Antigamente até que era mais complicado, pq tinha que fazer "no braço", mas agora, basta entrar na área de personalização do blogger que vc muda sem precisar alterar o layout do site. É só ir copiando e colando os endereços.

Se quando vc estiver logada aparecer um iconezinho de ferramenta perto da área, é só clicar nele que aparece a tela pra modificar aquela área.

Abraços!!!!

Ana disse...

tá mudando de canil?

Príapo disse...

Não Ana... é no cafofo velho de guerra mesmo. Obra morando! Poor me

Andrea disse...

Que canguinhagem! Isso não é mada romântico....

Príapo disse...

Batalha...

Romântico?
Essa palavra fica tão estranha numa postagem sua... hauhauahuahauauhau

Romântico é o escambau. Obra é obra.

Abraços!