5 de maio de 2008

Ódio no sopé de Big Horse Hill

Vou ser curto e grosso. Se possível fosse, como uma calibre .12 com o cano serrado... mas como não é, só curto e grosso mesmo. Depois de um ano, um namoro começado e terminado e não problematizado ao extremo, eis que a morta-viva mais insistente do país volta a fazer o que sabe fazer melhor... Voltar da tumba pra encher o meu saco.

Eu sei que a morta-viva tinha essa coisa com datas e recordações, já era assim no período em que estive sob a maldita influência de sua pessoa. Mas passou o ano passado, cada vez menos eu tinha notícias, a minha política de não atender telefones e desligar na cara vinha funcionando bem. Eu já me sentia tranquilo o suficiente e lá por por setembro eu iniciei um relacionamento com uma moça legal. Um namoro normal, tranquilo, leve e por ser a distância, com todo o cuidado de não criarem-se estresses desnecessários. E a coisa tava indo bem à beça. Tudo parecia correr bem. A mão maldita não estava aparecendo na terra da cova, e me permiti esquecer um pouco do assunto.

Mas eu não sabia que o bicho dos infernos mantinha uma vigilância atenta. Se milagrosamente ela estava respeitando o fato de eu estar envolvido com outra pessoa, não deixava de acompanhar a novela, fazendo visitas a perfis de orkut e coisas do tipo. Mas ainda assim, eu curtia minha paz. Bem, vira o ano, chega o mês de março e como muitos relacionamentos, houve um momento em que se repensou e resolvemos terminar, eu e a moça legal. Como era uma relação normal, e respeitosa, apesar de logicamente, nenhum término é 100%, pelo menos consegui fazer com que fosse algo o menos sofrido possível. E continuamos amigos, apesar do espaço óbvio que tem que ser dado pra que se curta o luto de cada um. Mas independente disso, continuou ela sendo alguém que tenho em alta conta, de verdade.

Mas bastou passar um pouco de tempo, chegou abril, chegou a época em que fazia 1 ano que eu cortei a cabeça da Hidra, e eis que o fedor que vem dos lados do pântano anuncia sua volta. Eis que pinta um telefonema, e eis que eu me pego sentindo coisas como desprezo, uma profunda insatisfação com o quanto às vezes o universo é injusto em não punir gente que faz o que ela faz, e uma grande sensação de perda de tempo. É triste pensar que alguém consegue perder um ano da sua vida dedicada a uma obsessão, uma doença. É mais chato ainda pensar que eu é que sou objeto dessa obsessão idiota e que não dá sinais de diminuir, ao contrário do que eu pensava.

E o pior de tudo, me causa um repúdio monstruoso saber que essa pessoa tão suja, tão pequena, é capaz de me atingir muito mais incomodando às pessoas de quem eu gosto, meus amigos, amores, parentes... Pessoas que não têm nada a ver com a merda que eu um dia fui fazer ao me envolver com ela. E que hoje são incomodadas e correm o risco de serem ofendidas por esse monstro que eu trouxe a essa realidade.

No fim, me resta perguntar apenas, alguém tem uma carreta de 24 rodas pra me emprestar? Devolvo logo, só que um pouco suja... mas nada que um lava jato e um pouco de água benta não limpe.

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